terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Reynaldo Rocha: Eu sou livre!

Do blog do Augusto Nunes

Quando sectários impostores abriram fogo contra os jornalistas do Charlie Hebdo, não tinham noção da intensidade do ato. As 12 vítimas sempre souberam. Os bárbaros atingiram o coração da LIBERDADE. Que desconhecem, mas sonham exterminar. No mundo civilizado, bilhões de corações e mentes enxergaram para além dos homicídios. Sentiram a necessidade da luta pela sobrevivência. Da discordância. Do avanço civilizatório. Da liberdade de expressão. E a resposta extrapolou a França da Igualdade, Fraternidade e Liberdade.

Não sou um terrorista de teclado. Mas o que houve em Paris tem parentesco com a tentativa de invasão do prédio da Editora Abril por fanáticos que rejeitam os fatos publicados por VEJA. Ou com a lei imposta pelo governo argentino para liquidar o grupo Clarín na Argentina e com a “cota oficial” de papel concebida para cercear a oposição.

Em fevereiro de 2014, 55 jornalistas foram agredidos nas manifestações de rua contra o governo venezuelano. Havia uma lista de jornalistas a serem assassinados na Europa. Por enquanto, aqui existe uma lista de profissionais que incomodam o PODER APODRECIDO que por ousarem fazer apenas jornalismo. A diferença é da intensidade. Somente e por enquanto. A prática já está em uso.

O mundo deu um BASTA! Que repercute em cada homem que preze a própria liberdade e do direito de conviver também com opostos.

O que importa - para além da dor causada pela brutalidade praticada, o assassinato sem sentido – é a raiz da intolerância. Para cada jornalista morto, há milhões de leitores privados da liberdade. Para cada matéria censurada (ou “controlada”), existem milhões de atos idênticos praticados às escondidas.

Nós, leitores, só podemos agradecer a cada jornalista independente. Em nome da cidadania. E do ser honesto, que era de regra e hoje é exceção.

Blogueiros de aluguel, pagos para escrever o que os donos ordenam, jamais seriam jornalistas de um Charlie Hebdo. Seriam charges de capa. Seus rótulos rasteiros não nos atingem. Sabemos dar valor à LIBERDADE.

Eu sou Charlie. Eu sou cristão. Eu sou agnóstico. Eu sou budista. Eu sou muçulmano. Eu sou de direita. Eu sou de esquerda. Pouco importa o que eu seja.


EU SOU LIVRE!