sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Lucas Berlanza: Hospital Che Guevara em Maricá: basta de homenagens a facínoras de esquerda!

Em tempos de Comissão da Verdade e discursos oportunistas de “resgate da memória histórica”, aproveitados para legitimar o imaginário acerca do atual governo e a trajetória de algumas de suas lideranças – conhecidas pelo combate ao nosso famigerado regime militar, feito, sabemos bem, para implantar aqui uma ditadura muito pior -, têm sido costume no Brasil revisitar também algumas das mais importantes personalidades comunistas do passado. Com absoluta falta de respeito a suas vítimas e com completo desprezo pela realidade, obras são batizadas com o nome de fascínoras de esquerda – e outras, em prol de interesses ideológicos e eleitoreiros, têm seus autores originais desprestigiados em favor de figuras que nada tiveram a ver com suas construções.

Há pouco, a ponte Rio-Niterói foi exemplo dessa prática revoltante. A Comissão de Cultura da Câmara aprovou, no último dia 12 de novembro, a mudança do nome oficial da ponte. Construída durante o regime militar, sob a batuta de Mario Andreazza, ministro dos Transportes à época, ela tem o nome do presidente Arthur da Costa e Silva. Parlamentares como Chico Alencar e Jandira Feghali (que surpresa!) conseguiram aprovar a medida que dá à ponte o nome do sociólogo Betinho, exilado durante o regime, que não tem absolutamente nenhum mérito pela edificação da obra. Se o incômodo é tanto e precisam mudar o nome, por que não colocar o nome de Andreazza, que realmente foi responsável? De qualquer modo, ela continuará a ser sempre, para o povo carioca, a “ponte Rio-Niterói”. É inútil a medida, e passa por cima da tão proclamada verdade histórica sem o menor pudor. Sempre frisamos: por que ninguém se ocupa de mudar o nome da Avenida Presidente Vargas, tendo sido Getúlio um ditador ainda mais completo e cruel que os nossos mandatários militares?

Ano passado, ocorreu algo pior ainda. O Colégio Estadual Presidente Emilio Garrastazu Médici, em Salvador, mudou de nome. Foi rebatizado com o nome de um esquerdista que combateu a ditadura, naturalmente, mas desta vez não se ativeram a um sociólogo. O colégio passou a se chamar Carlos Marighella. Isso mesmo; um assassino comunista, terrorista da luta armada, virou nome de colégio. É preciso destacar mais o despropósito?

Também no começo deste mês, em Porto Alegre, houve uma manifestação contra o Memorial Luiz Carlos Prestes, em homenagem à mais representativa figura do comunismo no Brasil, diretamente implicada, por exemplo, na morte da jovem Elza Fernandes. Um homem que foi capaz de se articular ao lado de Getúlio, o ditador que enviou sua esposa grávida para os nazistas. No entanto, como disse o cientista político Paulo Moura, que ajudou a promover o ato, acharam por bem erguer um monumento a ele como se o golpista totalitário tivesse sido um “herói da pátria” – uma vergonha inadmissível para a nação.

Até aqui, porém, o nível de sordidez se mantém em níveis nacionais. Betinho, Marighella, Prestes: todos foram brasileiros. O prefeito de Maricá, Washington Luiz – apelidado de “Washington Quaquá” – foi mais longe. O dito cujo é petista – por que não me surpreendo?
Em 17 de setembro de 2012, ele anunciou, no site da Prefeitura, a construção de um novo hospital na região. O projeto estava calculado em R$ 16 milhões – R$ 11 milhões obtidos junto ao Ministério da Saúde e repassados pela Caixa Econômica Federal e R$ 5 milhões de contrapartida municipal. O hospital, de acordo com o anúncio oficial, ficaria instalado numa área de 6,6 mil m² às margens do km 29 da RJ-106.

Aparentemente, nada realmente grave, não fosse pelo nome a ser dado à construção. Teríamos, em terras brasileiras, o Hospital Municipal Doutor ERNESTO CHE GUEVARA. Sim, isso mesmo que você leu. Fôssemos extremamente ingênuos (ou, mais apropriadamente, imbecis) e veríamos nisso apenas uma lembrança do fato de que Guevara foi médico. Uma gritante contradição, no entanto, sabemos bem. Este médico, cuja dedicação deveria ser a de salvar vidas, se tornou um revolucionário sanguinário, que exaltava o ódio e aplaudia execuções sem julgamento. Toda a verdade sobre Guevara já está suficientemente exposta e esclarecida, mas as nossas esquerdas obtusas e mal-intencionadas insistem em alimentar a imagem de um herói defensor da justiça social.

Dar a um hospital brasileiro o nome de Ernesto Che Guevara, seja esse hospital onde for, seja do tamanho que for, é, sem exagero nenhum, um atentado à dignidade moral da nossa pátria. É, além disso, uma ofensa grave às vítimas dos fuzilamentos, e nada menos que uma profanação de um lugar em que deveria ser exercida a sagrada tarefa da medicina. O senhor Quaquá, num gesto nada engraçado – ao contrário de seu apelido -, em vez de homenagear quaisquer figuras de peso de nossa história nacional, prefere tomar um assassino genocida estrangeiro, comandante da Revolução que mantém a dinastia Castro até hoje no poder em Cuba, para dar nome a algo de finalidades tão nobres.


As obras do hospital, hoje, estão atrasadas. Talvez de propósito – afinal, que maneira melhor de homenagear o socialismo? O socialismo nada produz, não gera riqueza, nada edifica, nada constrói. Melhor maneira de reproduzir os ideais guevaristas não poderia haver. Melhor ainda seria, para os cidadãos de Maricá que não compactuam com essa imundície, para os cidadãos fluminenses e cariocas, para os cidadãos brasileiros, que tal obra, com esse nome, jamais fosse erguida em nossa terra. O Brasil não precisa de exaltações à tirania e à matança. Basta! Mais respeito à vida humana, e mais respeito à legítima memória histórica. Enquanto tentarem reescrevê-la, tal como o Socing no 1984 de George Orwell, que haja, nas consciências de quem se põe em busca da verdade e de sua preservação, a necessária resistência.